O que Santo Agostinho pode ensinar sobre lógica computacional e as falhas da AWS
O que Santo Agostinho tem a ver com a AWS?
Eu estava lendo o livro Doutrina Cristã, do teólogo Santo Agostinho, e ele acabou me trazendo uma reflexão quando cheguei ao capítulo 36.
Não é um texto voltado apenas para religião, mas para lógica.
Lógica como estrutura de pensamento. Lógica como disciplina que antecede decisões, algoritmos e sistemas.
Falo da mesma lógica que, muitas vezes, é tratada como detalhe na faculdade ou ignorada em cursos rápidos que ensinam programação sem base conceitual.
Mas que, em contextos reais, está por trás de erros que geram consequências, como falhas em nuvens computacionais, interrupções de serviços e perda de dados.
O que Agostinho disse

Nesse capítulo, Agostinho afirma que o estudo da lógica ajuda a interpretar com clareza o que está escrito na Biblía.
Para ele, a razão tem um papel importante. Não substitui a fé, mas contribui para a compreensão.
Raciocinar bem evita confusão. Pensar com ordem é uma prática útil, não só na teologia, mas em qualquer área que exija clareza.
Relação com a lógica computacional
A lógica que Agostinho se refere envolve coerência, clareza e estrutura.
É próxima da lógica que usamos em computação: lógica proposicional, condicional, operadores booleanos, silogismos.
O que aprendemos nas disciplinas de Lógica Formal, Fundamentos da Computação, Algoritmos, entre outras, tem a mesma função: dar estrutura ao raciocínio.
Um código que contém instruções como if, else, and, or, not é uma expressão direta dessas regras.
Quando a lógica falha
Alguns dos incidentes mais conhecidos de indisponibilidade em serviços de nuvem, como os que aconteceram na AWS, tiveram relação com falhas de lógica.
Não foram causados por falta de máquina, mas por decisões mal encadeadas.
Scripts que não previram exceções. Automações com dependências circulares. Ausência de limites bem definidos.
A lógica mal estruturada leva à instabilidade.
E isso mostra que pensar corretamente, prever cenários, estabelecer condições claras, não é um exercício abstrato.
É uma necessidade prática.
Lógica como responsabilidade
Usar a lógica de forma consistente é também assumir responsabilidade sobre o que se está construindo.
Não se trata apenas de eficiência, mas de clareza, previsibilidade e manutenção.
A lógica aplicada na computação é uma prática de organização do pensamento que impacta diretamente a experiência de quem usa sistemas.
Uma última reflexão
A lógica que Agostinho valorizava ainda é necessária.
Ela não está restrita ao campo da fé. Está presente nas decisões técnicas, nas linhas de código, na arquitetura de sistemas.
Quando ignorada, as falhas aparecem.
Quando respeitada, cria soluções mais claras e sustentáveis.
Entender lógica é entender causa e efeito.
E todo sistema, em algum nível, depende disso.
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